Após
tratamento com hormônios masculinos, jovem
conquista mais de 34 mil seguidores
Com
20 anos, Tereza Brant já é “febre”
nas redes sociais – apenas no Facebook, são
mais de 34 mil seguidores em seu perfil e sete
páginas de fãs-clubes. Há nove meses, a
estudante, que sempre gostou de usar roupas largas
e cabelos presos, começou a tomar hormônios
masculinos. O resultado é um físico de homem e
um enorme sucesso entre meninas, principalmente as
de 13 a 17 anos.
“A
ideia era me sentir bem. Sempre quando fazia
alguma mudança externa, como quando cortei o
cabelo, aos 16 anos, me sentia feliz, por isso
comecei esse tratamento”, conta Tereza. O
sucesso nas redes sociais veio pouco tempo depois.
Bastou a divulgação de algumas fotos na
internet, há cerca de dois meses, para a fama
começar. “De repente comecei a ter muitos
seguidores. Estou me divertindo com a situação,
é uma forma de conhecer pessoas interessantes”,
comenta.
E
a orientação sexual? Para Tereza, o importante
é a pessoa, independentemente do gênero. Apesar
de se relacionar mais com outras mulheres, ela
não descarta o envolvimento com homens. “Eu
gosto de ficar com quem me atrai de alguma forma.
Prefiro as mulheres, porque reparo muito e adoro o
jeito delas”, explica.
Embora
algumas pessoas não compreendam a garota, o
professor do Departamento de Psicologia da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Orestes Diniz Neto explica que a posição da
sociedade em relação à sexualidade sempre
variou de uma cultura para outra e nunca foi
homogênea entre as pessoas. “As duas caixinhas
de definição típica que a gente faz (homem e
mulher) simplesmente não são suficientes para
dar conta da grande variabilidade que encontramos
em relação às possibilidade de manifestação
da sexualidade humana”, detalha. Segundo ele, o
importante é que a sociedade democrática,
respeitadora dos direitos individuais, seja
também respeitadora das diferenças individuais.
Esse
respeito, para Tereza, é o que prevalece. “É
claro que sofro preconceito, ele existe por todo
lado, mas não é nada que o tempo não mude. As
novas gerações são bem mais tolerantes, têm
mais aceitação das diferenças. Acredito que a
fase de opressão já passou e que as pessoas
estão cada vez ‘com a cabeça mais aberta’”,
pondera.
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