“Vote
contra a violência. Eleja quem te representa”,
será o tema da maior e mais tradicional manifestação
da visibilidade e de luta por direitos da
comunidade LGBT

Dia 10 de agosto, domingo, Belo Horizonte
se colorirá mais uma vez com as cores da
diversidade para a XVII Parada do Orgulho LGBT.
Com a proximidade das eleições, o ato busca
abrir um debate sobre a necessidade do voto
consciente, além de denunciar os altos índices
de violência que atingem a comunidade de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (LGBT) no Brasil. No ano de 2013,
foram 312 assassinatos de LGBT em todo o país, de
acordo com um levantamento realizado pelo Grupo
Gay da Bahia. A concentração da Parada será a
partir das 11h, na Praça da Estação.
A
mais tradicional manifestação de visibilidade e
afirmação de direitos da comunidade de LGBT de
Minas Gerais completa, em 2014, 17 anos de
existência. A Parada fecha a I Jornada BH Sem
Homofobia, que começou no dia 10 de julho e
compreende um mês com atividades relacionadas à
comunidade LGBT, como palestras, seminários,
mostras e festas. Nesta semana, além da Parada do
Orgulho LGBT, outros eventos fecham a jornada.
Todos os eventos são organizados pelo Centro de
Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas
Gerais (Cellos-MG).
Com
o tema: “Vote contra a violência. Eleja quem te
representa”, o ato pretende debater com a
sociedade civil o momento eleitoral que se
aproxima. Mateus Uérlei, vice-presidente do
Cellos-MG, defende que “por estarmos em ano
eleitoral, é fundamental incentivar o voto
consciente. Em outubro, além do presidente,
escolheremos deputados, governadores e senadores.
É necessário chamar a atenção da comunidade
LGBT para a escolha de candidatos que estejam
realmente do nosso lado, a serviço da garantia
dos Direitos Humanos e por uma sociedade mais
justa. Não devemos deixar que o Congresso
Nacional se confunda com uma igreja ou um balcão
de negócios onde somente os interesses de um
grupo religioso cristão fundamentalista e os de
uma elite econômica valem. O voto de LGBT deve
ser direcionado a candidatos LGBT ou, ao menos,
aos verdadeiramente comprometidos com o combate à
homofobia e com a luta por direitos”, defendeu.
Para
Bruno Beltran, coordenador geral da Parada e
membro do Cellos-MG, 2013 foi um ano difícil para
a comunidade LGBT. “Os fundamentalistas e
homofóbicos de plantão no Congresso Nacional
mostraram sua cara e impediram a aprovação da
criminalização da homofobia. Como se isso não
bastasse, queriam nos classificar como doentes
através do projeto que ficou conhecido como “Cura
Gay”. Resistimos às mais diferentes investidas
conservadoras dos parlamentares homofóbicos e
conseguimos retirar o projeto de votação. Uma
luta vitoriosa de alguns parlamentares aliados, de
militantes LGBT e de milhares que protestaram”,
lembrou. Neste ano, a orientação sexual e a
identidade de gênero foram retiradas do Plano
Nacional de Educação (PNE).
Como
de praxe, a Parada não apenas abrirá debate para
as eleições. O ato político é também uma
forma de alertar a sociedade para os altos
índices de assassinatos da comunidade LGBT. “A
situação de violação dos direitos humanos da
nossa comunidade continua sendo assustadora.
O
número de assassinatos de LGBT em 2013 chegou a
312 no Brasil. Este número compreende os
noticiados na imprensa e organizados em relatório
pelo Grupo Gay da Bahia. Acreditamos que seja
maior este número, já que nem todos os casos
são relatados como crimes de homofobia, nem é
identificada a orientação sexual das vítimas”,
denunciou Anyky Lima, presidente do Cellos-MG.
Para a presidente, o grupo das travestis é o mais
atingido proporcionalmente, seguido pelos homens
gays. “Só na capital mineira foram mortas 13
travestis e transexuais, somente no ano passado.
Faltam políticas públicas para essa população
na área de segurança, educação e saúde. Elas
continuam invisíveis. A maioria dos governantes
é omissa no combate a violência a LGBT”,
afirmou Anyky.

Em
2014, o número de assassinatos contra LGBT é
assustador. De acordo com o site Homofobiamata,
que é vinculado ao Grupo Gay da Bahia, 184
assassinatos de LGBTs foram noticiados no Brasil.
Além dos assassinatos, há milhares de outros
casos de violência física, moral e psicológica
denunciados. Segundo o “Relatório sobre
Violência Homofóbica no Brasil” do ano de
2012, publicado pela Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, baseado em
dados do Disque 100 e Ligue 180, da Ouvidoria do
SUS, naquele ano houve 9.982 denúncias de
violações dos direitos humanos de pessoas LGBT.
Configurou-se um aumento de 46,6% em comparação
a 2011, ano em que o módulo LGBT do serviço
começou a funcionar.
Parada
do Orgulho LGBT de Belo Horizonte terá mais uma
vez ações de cidadania
O
Cellos-MG, entidade responsável pela
organização da XVII Parada do Orgulho LGBT de
BH, promoverá ações de saúde e cidadania aos
participantes. No dia 10, na Praça da Estação,
haverá ação de informação de prática de sexo
seguro e incentivo para a realização do teste
anti-HIV nas unidades de saúde. Preservativos,
géis lubrificantes e informativos de saúde
integral da população LGBT serão distribuídos.
Uma
das principais finalidades da Parada é o ato
político em busca de reconhecimento de direitos e
cidadania. Por isso, o evento será também
acessível em Libras (Língua Brasileira de
Sinais). Desta forma estará mais uma vez em
consonância com a Lei Federal 10.436 e 10.098 que
reconhece a Libras como a segunda língua do país
e resguarda o direito à acessibilidade das
pessoas surdas nos eventos e espaços públicos.
No
campo político haverá coletas de assinaturas
para o plebiscito do “Projeto de Lei de
Iniciativa Popular pela Reforma Política”. Essa
é uma forma da população participar e
contribuir para a mudança do sistema eleitoral
vigente. Já a Associação Brasileira de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (ABGLT), lançará a plataforma de
reivindicações do Movimento LGBT para os
candidatos à presidência da república. XVII
Parada do Orgulho LGBT de BH Data: 10 de agosto de
2014, domingo. Horário: 11h – Concentração
Praça da Estação (Av. dos Andradas, 201 -
Centro, BH/MG) / 16h – Saída da marcha e
abertura da bandeira do arco-íris Itinerário da
marcha: Rua da Bahia, Av. Afonso Pena e término
na Rua Professor Moraes com Av. Afonso Pena.
Realização: Centro de Luta pela Livre
Orientação Sexual de Minas Gerais - CELLOS-MG
Apoio: Parceiros e Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte
Programação
da I Jornada BH sem Homofobia:
06/08
(quarta-feira): Cerimônia de entrega do “X
Prêmio de Direitos Humanos e Cidadania LGBT de
Belo Horizonte” e exposição “Memória e
cidadania LGBT em BH” Horário: 19h30 Local:
Museu Histórico Abílio Barreto - Rua Prudente de
Morais, 202 – Cidade Jardim Realização:
Cellos-MG e Professor de História da UFMG Ely
Bergo de Carvalho Contato: (31) 3075-5724
07/08
(Quinta-feira): Seminário “Diversidade Sexual e
religiões – O diálogo é possível?”
Horário: 19h Local: Conselho Regional de
Psicologia - Auditório (Rua timbiras, 1532 –
6º andar – Lourdes/BH) Realização: Cellos-MG
Contato: (31) 3075-5724
09/08
(Sábado): Roda de conversa sobre saúde LGBT
Horário: 14h Local: Secretaria Municipal de
Políticas Sociais (R. Espírito Santo, 505 - 18º
andar – Centro/BH) Realização: Cellos-MG
Contato: (31) 3075-5724
09/08
(Sábado): “Tudo a ver” – Último encontro
com os voluntários da XVII Parada do Orgulho LGBT
de BH Horário: 16h Local: Secretaria Municipal de
Políticas Sociais (R. Espírito Santo, 505 - 18º
andar – Centro/BH) Realização: Cellos-MG
Contato: (31) 3075-5724
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