Quem
ganha e quem perde com a entrada OFF?
Apesar
de ser um tema delicado, o Site Ferveção não
vai deixar de abordar o tema ENTRADA OFF
que virou moda nas casas noturnas de BH. Essa
matéria é para se refletir sobre o futuro da
noite mineira.
Desde
2012, a Entrada OFF virou uma mania na
noite. Ao buscarmos nossos arquivos nos anos de
2001 a 2011, nunca houve um movimento tão grande
quanto este de salve-se quem puder. Eros, The L,
Velvet, Mary in Hell já fecharam. A cidade
também perde por que ninguém vai abrir uma casa
noturna nova nessa conjuntura e não teremos
novidades tão cedo.
O
que leva uma casa noturna a fazer a sua entrada
OFF? Para muitos é o desespero de ter algum
faturamento para manter as contas em dia e
continuar o negócio. Mas para outros é a falta
de capacidade de concorrer com quem está no
mercado e apresentar um projeto de qualidade.
Quando
uma casa noturna se presta a esse papel todos
perdem. Primeiro é o público que deixa de dar
valor a casa noturna, segundo são as atrações que a casa noturna possa
oferecer e terceiro são os profissionais da noite
que ficam sem mercado e cachês melhores.
Muitos
podem falar que na Europa é normal entrar de
graça em boate, mas a conjuntura econômica e
estrutural é outra, há muitos turistas que
movimentam a noite e esses são os que bancam os
negócios no velho continente. Em BH, quase
não há turistas, o público alvo é o mesmo
disputado por todos.
Essa
mania de fazer entrada off está levando a noite
mineira para o CTI uma vez que não há uma luz no
fim do túnel. A cada dia estamos assistindo há
uma deterioração das atrações e dos projetos
para a noite. São promoters, artistas e
profissionais desvalorizados e desempregados; são
estruturas físicas das boates que estão ruindo e
não se renovando; e por fim o público que gosta de qualidade está evaporando,
dando lugar para um novo público que não consome
nada e não dá lucro suficiente para que as casas
noturnas saiam dessa situação.
Seria
preciso que os empresários se reunissem e
fizessem um consenso ou um acordo formal para que
a situação se inverta, caso contrário todos
irão para o mesmo buraco, a falência.
Querer culpar a crise econômica não se
justifica, nos anos 90 e 2000 com crise ou sem
crise não existia essa situação. Pensar numa
maneira de sair dessa situação é o mínimo que
possa se esperar dos empresários da noite
mineira, caso contrários todos irão se
auto-falir.
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