Xingada
na web, Viviany Beleboni diz que ato foi protesto
anti-homofobia. 'Negócio está ficando sério,
recebendo ligações de morte e agressões
inúmeras', disse Viviany Beleboni
A
atriz Viviany Beleboni, de 26 anos, é transexual,
espírita e chocou parte dos participantes da 19ª
Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais). Ela se prendeu à cruz, encenando o
sofrimento de Jesus, para “representar a
agressão e a dor que a comunidade LGBT tem
passado”. "Nunca tive a intenção de
atacar a igreja. A ideia era, mesmo, protestar
contra a homofobia", explicou.
Uma
imagem da cruz foi capturada pelo fotógrafo Joao
Castellano, da agência Reuters. A atriz disse que
recebeu milhares de ameaças desde a publicação
da foto. “Teve gente dizendo que ano que vem
vão colocar fogo na parada”, contou.
Viviany
explica que, nos últimos tempos, duas conhecidas
foram agredidas. Uma delas teria sido morta com
quatro tiros em Porto Alegre. “Eu vejo a parada
como um protesto, não como uma festa”, disse.
“Usei as marcas de Jesus, que foi humilhado,
agredido e morto. Justamente o que tem acontecido
com muita gente no meio GLS, mas com isso ninguém
se choca.”
Em
cima da cruz, uma placa foi colocada com o texto:
“Basta de homofobia”. “As pessoas não sabem
ler? Coloquei a placa justamente para ficar claro
que era um protesto. E mais: tudo bem encenar a
paixão de cristo, mas quando é um travesti não
pode, não é?”.
Sobre essa foto e outras que envolvem símbolos religiosos — nem todas as imagens são da Parada —, o Deputado Federal Marco Feliciano publicou um texto no Facebook: “Imagens que chocam, agridem e machucam. Isto pode? É liberdade de expressão, dizem eles. Debochar da fé na porta denuda igreja pode? Colocar Jesus num beijo gay pode? Enfiar um crucifixo no ânus pode? Despedaçar símbolos religiosos pode? Usar símbolos católicos como tapa sexo pode? Diizer que sou contra tudo isso NÃO PODE? Sou intolerante, né?”.
Até a manhã desta segunda-feira (8), a publicação já tinha quase 200 mil curtidas e mais de 230 mil compartilhamentos.
A
Parada
Apesar
do clima de festa, a 19ª Parada do Orgulho LGBT
também foi marcada por furtos de celulares e
outros objetos. Uma quadrilha foi detida e a
Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo
para dispersar um tumulto na Rua da Consolação
com a Rua Maria Antônia.