Noite-Show
de Claudia Leitte é cancelado e Sunside não avisa público a tempo
Por
falta de documentações, a juíza de plantão
decidiu que o show não poderia ocorrer
O
evento "Axé Minas com Bahia",
que traria diversos shows entre eles o da cantora
baiana Claudia Leitte no sábado (21.01),
na Pampulha, em Belo Horizonte, foi interditado
pela Justiça. O show foi interditado por falta de
documentações necessárias e, também, por não
ter o alvará de segurança atestado pelo Corpo
de Bombeiros.
Ninguém
foi avisado nas redes sociais antes das 18hs,
somente as 18:30h é que a Sunside divulgou
uma nota sobre o evento. Quem foi ficou revoltado,
o local bem distante na região da Pampulha tem
pouco transporte público e a maior parte das
pessoas foram de uber e taxi e tiveram grande
prejuízo com o cancelamento. Leia parte da
reportagem do jornal O Tempo.
Foram
distribuídos mais de 15 mil ingressos na
área solidária, que é para aqueles que doaram 1
kg de alimento não perecível, além de uma área
VIP, onde foram vendidos ingressos. "O evento
estava marcado para acontecer na Serraria Souza
Pinto até sábado passado. Agora foi transferido
para cá e, durante a semana, a produtora On Play
fez o pedido para que fizéssemos uma nova
vistoria de segurança contra incêndio e pânico.
Porém, o prazo para a realização dessa vistoria
é de 10 dias úteis. Diante da intempestividade
da mudança, viemos aqui para interditar",
explicou o tenente Wellington Azevedo, dos
bombeiros.
Ainda
conforme o militar, sem a aprovação do projeto
contra incêndio, não é possível que o show
aconteça. "É o que atesta a segurança de
qualquer grande evento. Sem ele, não tem
show", concluiu.
De
acordo com o capitão Ricardo Gomes, do 34º
Batalhão da Polícia Militar (PM), além do
problema da ausência do alvará dos bombeiros, a
produtora teria deixado de entregar diversos
documentos indispensáveis para a realização do
show. "Houve uma reunião de um comitê
estadual, na Cidade Administrativa, e ficou
atestado a falta de documentações. Um exemplo é
que não foi feito o pedido ao Juizado de Menores
do alvará para a presença de menores de 18 anos
desacompanhados, sendo que grande parte do
público é adolescente', explicou.
A
previsão era que os portões fossem abertos às
14h, porém, o show de Claudia Leitte, principal
atração, estava previsto para começar às 20h.
No início da tarde, segundo funcionários do
show, parte do público que aguardava do lado de
fora se revoltou e invadiu a arena. Entretanto,
segundo uma testemunha que estava no local, os
organizadores teriam simplesmente deixado que uma
parte das pessoas entrasse, como tentativa de
pressionar os bombeiros a fazerem a
vistoria.
Diante
de uma possível confusão por causa do público
revoltado com o cancelamento, o vereador Leo
Burguês (PSL) chegou a se deslocar para o local
para tentar resolver o problema. "Até
segunda ordem, a coisa pode virar questão de
segurança, pois pode vir a ter um conflito. São
muitas pessoas indignadas do lado de fora. Quem
está perdendo é a população que não pode
pagar um show caro e doou 1 kg de alimento",
afirmou o político. Para ele, os bombeiros
deveriam estar no local para fazer uma vistoria e,
não havendo perigo, liberar o evento mesmo sem o
alvará. "A produtora tem um laudo de um
engenheiro que ficaria responsável em caso de
algum problema", disse Burguês.
Em
seu Instagram, Claudia Leitte publicou um texto
lamentando o cancelamento do show:
Após a apresentação do documento embargando o evento, funcionários da produção subiram ao palco e avisaram o público sobre a decisão. Avisando que o show foi remarcado para o dia 4 de fevereiro, acontecendo no mesmo local. Já no início desta noite, uma nota oficial foi divulgada pela assessoria de imprensa da produtora. Leia o texto na íntegra:
"Informamos que devido a não liberação do evento por conta do Corpo de Bombeiros, que alegou falta de tempo para averiguar a segurança do local, pedimos desculpas e informamos que o segundo ensaio oficial Axé Minas com Bahia teve que ser adiado para 4 de fevereiro neste mesmo local. A cantora Claudia Leitte é uma das atrações já confirmadas na nova data. Mais uma vez, contamos com o entendimento de todos e pedimos desculpas pelos
transtornos".
Juíza lembrou tragédia na boate Kiss
Este foi o segundo pedido na Justiça feito pela organizadora do evento que foi analisado. No meio da semana, foi concedido parcialmente uma liminar determinando que os bombeiros fizessem a vistoria dentro de 48h ou notificassem o tribunal dentro deste prazo sobre a inviabilidade da medida.
Já neste sábado, uma nova solicitação na Justiça foi feita por parte da responsável pelo evento. O objetivo era que o engenheiro contratado para fazer o projeto de segurança se responsabilizasse pela segurança do público, dispensando a vitoria dos bombeiros.
"O que se afigura imprudente (e displicente) é a apresentação de requerimento para apreciação do Projeto de Prevenção Contra Incêndio e Pânico quatro dias antes do evento em questão. Saliento que foi opção da requerente alterar o local do show. Talvez a requerente tenha se esquecido da tragédia da boate Kiss", argumentou a magistrada na decisão.
Segundo ela, não seria possível substituir os rígidos critérios de avaliação dos bombeiros e passá-los ao engenheiro que elaborou o projeto, uma vez que "é o trabalho dele que deve ser avaliado" pela corporação.
Repercussão
na mídia e redes sociais é avassaladora e
Sunside e One Play em total descrédito com
o público
Tão
logo a notícia do cancelamento do show foi
confirmada, os principais sites de notícias de
Minas Gerais replicaram a notícia de uma forma
avassaladora. Entretanto até as 18hs não tinha
nenhuma informação nas redes sociais e na mídia
e muita gente perdeu tempo e dinheiro indo ao
show. Nas redes sociais o público protestou
contra a falta de organização dos produtores do
evento.
Sunside,
One Play e parceiros não avisaram o público
sobre o cancelamento do evento nas redes sociais
antes das 18 horas
O Ferveção apurou
e nenhum dos produtores e promoters do evento não
divulgaram uma linha sobre o cancelamento do evento
antes das 18hs, ou seja se passaram 4 horas e ninguém
foi informado de nada. Quem foi ao local poderia ter
poupado tempo e dinheiro. Uma falta de respeito com o
público.