Tina
Turner, cantora americana rainha do rock n' roll, morre aos 83 anos
Ela
lançou hits como 'What's Love Got to Do with It',
ganhou 8 prêmios Grammy e vendeu mais de 100
milhões de discos. Assessor disse que ela morreu
'após longa doença' em sua casa na Suíça
Tina
Turner, cantora americana considerada a rainha
do rock n' roll, morreu aos 83 anos na
quarta-feira, 24/5. A causa da morte não foi
divulgada, mas ela morreu "após uma longa
doença" em sua casa na Suíça.
A
cantora de sucessos como "What's Love Got to
Do with It", "The Best" e "We
Don't Need Another Hero" se lançou em
carreira solo nos anos 1980. Antes, Tina e o
ex-marido, Ike Turner, que morreu de uma overdose
de cocaína em 2007, fizeram sucesso no final dos
anos 1960 e início dos anos 1970.
Tina
ganhou oito prêmios Grammy e vendeu mais de 100
milhões de discos em todo o mundo.
"Tina
Turner, a 'Rainha do Rock n' Roll', morreu
pacificamente hoje aos 83 anos após uma longa
doença em sua casa em Kusnacht, perto de Zurique,
na Suíça. Com ela, o mundo perde uma lenda da
música e um exemplo", afirmou o assessor da
cantora, Bernard Doherty.
Anna
Mae Bullock nasceu em uma família pobre dos
Estados Unidos. Aos 15 anos, foi abandonada pelos
pais e cantou em boates para se sustentar.
Em
uma das apresentações, conheceu Ike Turner com a
banda The Kings of Rhythm. Anna Mae pediu para ser
backing vocal e em pouco tempo se tornou uma das
vozes principais. Ike e a cantora decidiram formar
uma dupla e, após se casarem, ela adotou o nome
artístico Tina Turner. Ao lado do marido, dominou
o cenário da música soul nos anos 60 e 70.
Na
vida pessoal, o casamento foi marcado por brigas e
escândalos. Alcóolatra e dependente de drogas,
Ike culpava Tina pelo declínio da dupla, a
agredia, humilhava e traía. Ela apareceu em
público diversas vezes com o olho roxo ou com o
lábio inchado. Depois de 18 anos, ela pediu o
divórcio. Na justiça, propôs abrir mão de todo
o patrimônio em troca de manter o sobrenome
Turner.
Tina
recomeçou do zero. Sem dinheiro, morou com uma
amiga e abriu shows para outros grupos famosos,
como os Bee Gees. Para voltar ao cenário musical,
apostou no rock, influenciada por David Bowie e
Rolling Stones (uma curiosidade: Mick Jagger se
inspirou em Tina para criar sua icônica dancinha
nos palcos). Adotou ainda novo estilo, com roupas
ousadas e cabelos loiros espetados.
Em
1984, lançou o álbum "Private dancer".
"Whats love gotta do with it", que ela
não queria gravar quando ouviu pela primeira vez,
virou um megassucesso e ajudou Tina a vender mais
de dez milhões de cópias em todo o mundo. O
título de "rainha do rock" surgiu aos
45 anos. Nos shows e clipes, ela cantava e
dançava sem perder o fôlego.
Em
1986, lançou a biografia "Eu, Tina: a
história da minha vida", sobre a trajetória
profissional e pessoal com o ex-marido, além de
revelar as agressões. O livro virou filme em
1993, estrelado por Angela Basset e Laurence
Fishburne.
O
álbum seguinte foi "Break every rule",
com o qual Tina fez a maior turnê de sua
carreira. Foram 14 meses viajando. Um show desta
turnê no Brasil entrou para o livro dos recordes:
a cantora reuniu 184 mil pessoas em uma única
apresentação no Maracanã. O show foi
transmitido ao vivo para todo o mundo.
No
início dos anos 90, lançou a música "The
best", tema de alguns atletas. Um deles foi
Ayrton Senna, que subiu no palco ao lado de Tina
em um show na Austrália, em 1993.
Além
da música, ela estrou nos cinemas em 1975 no
filme "Tommy". Dez anos depois, atuou em
outro sucesso, "Mad Max – Além da cúpula
do trovão". Cantou também o tema "We
Don't Need Another Hero". Outra
participação marcante em trilhas foi na de
"007 contra Golden Eye".
O
sucesso da música "GoldenEye" fez com
que Tina Turner, então com 56 anos, lançasse um
álbum, "Wildest dreams". No fim da
década de 90, lançou o nono álbum da carreira
solo e anunciou a aposentadoria dos palcos. "Twenty
four seven" emplacou dois hits, mas o clima
de despedida atraiu milhões para os shows.
Em
2008, para marcar os 50 anos dos prêmios Grammy,
fez uma apresentação histórica. Além de cantar
seus grandes sucessos, fez um dueto com Beyoncé.
Quando
fez 73 anos, Tina Turner superou Meryl Streep e
foi a mulher mais velha a estampar a capa da
revista "Vogue". Em 2021, um
documentário da HBO recontou com detalhes a vida
e carreira dela.
Tina
deixa seu segundo marido, o executivo musical
alemão Erwin Bach. Eles se casaram em julho de
2013, após 27 anos juntos. Ela deixa também dois
filhos de Ike Turner, Ike Turner Jr e Michael
Turner, adotados por ela.
O
primeiro filho, Craig Raymond Turner, morreu em
julho de 2018. Outro filho, Ronnie, morreu em
dezembro de 2022.