Rogers
Waters, vocalista do Pink Floyd, se apresenta em BH
Show
no Mineirão teve mensagem de apoio a Faixa de
Gaza
Às
21h20, raios e trovões tomaram conta do
Mineirão. Nos quatro telões vemos um cenário de
destruição, não muito diferente das imagens que
nos chegam da Ucrânia e da Faixa de Gaza. Um
enfermeiro entra em cena. É Roger Waters,
o lendário baixista e vocalista do Pink Floyd, em
sua segunda passagem por Belo Horizonte.
Depois
de cinco anos, esse senhor de 80 anos não perdeu
a verve política. O figurino, aliado ao fato de
empurrar uma cadeira de rodas vazia, já dá o tom
de "This is not a Drill", a turnê que
deverá marcar a sua despedida da América do Sul.
Após
essa provocação, acompanhada de aplausos
entusiasmados do público, o músico abriu a
setlist com "Comfortably Numb". Sentado
durante quase toda a música, ela virou um grande
coro, já colocando os espectadores num estado de
transe coletivo, como só as canções de Pink
Floyd são capazes de promover.
Depois,
ao som de explosões, sirenes e helicópteros,
seguiram mais três clássicos do álbum "The
Wall" (1979), o segundo mais vendido do Pink
Floyd: "The Happiest Days of Our Lives",
"Another Brick in the Wall, Part 2" e
"Another Brick in the Wall, Part 3".
Momento para mais questões políticas, ao se
indagar "quem diz que eles são
criminosos?". A resposta: o governo.
"The
Power that Be" tratou da violência policial
em várias partes do mundo, incluindo no Brasil.
Com Waters no piano, "The Bravery of Being
Out of Range" exibiu vários governantes
americanos, definidos como criminosos de guerra. O
primeiro foi Ronald Reagan, único a ter um vídeo
em que fala sobre estender o poder dos Estados
Unidos sobre o mundo. Não faltou nem mesmo Joe
Biden ("apenas começando").
Um
"obrigado" e um "bem-vindo" em
português antecederam "The Bar", uma
das mais recentes composições. Pediu uma
Palestina livre e, ao sentar novamente ao piano,
mostrou uma garrafa - apesar do sugestivo título
da música, fez questão de frisar que se tratava
de água.
Cada
música foi acompanhada por uma curiosidade
estampada no telão. Em "Wish You Were Here",
por exemplo, é destacado como nasceu o Pink Floyd,
após Waters e Syd Barrett acompanharem alguns
shows na Inglaterra. Waters também entrou nesse
clima de revival, contando no microfone várias
histórias que marcaram a banda de rock
progressivo.