Manifestações
provocadas pela morte de um jovem, que foi baleado
por um policial, perderam intensidade na
sexta-feira, 30/6. Quase 45 mil policiais foram
mobilizados

A
França mobilizou na sexta-feira, 30/6, blindados
e 45 mil policiais para conter os distúrbios
provocados pela morte de um jovem baleado por um
policial, que continuaram pela quarta noite,
embora com menos intensidade, resultando em quase
500 detidos.
Na
véspera do funeral de Nahel, 17, o presidente
Emmanuel Macron reforçou as medidas de segurança
e apelou diretamente aos pais dos menores que
participaram das três noites de protestos
anteriores.
O
ministro francês do Interior, Gérald Darmanin,
anunciou a mobilização de 45 mil agentes no
país e autorizou a mobilização de unidades
blindadas da gendarmaria, corpo militar que tem
competências de segurança pública.
À
noite, no entanto, voltou a trazer destruição,
saques e lançamentos de projéteis contra as
viaturas da polícia, que respondia com gás
lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Por
volta das 2h30 locais, o ministro anunciou que 471
pessoas haviam sido detidas, mas ressaltou que a
violência era de menor intensidade, com algumas
regiões bastante tranquilas.
A
violência explodiu na última terça-feira (27),
no subúrbio de Paris, e se espalhou pelo país
após a morte de Nahel, atingido por um tiro à
queima-roupa disparado por um policial durante uma
blitz em Nanterre, a oeste da capital francesa.
Na
quinta-feira (29), dia de maior tensão, terminou
com a detenção de 875 pessoas e 249 agentes
feridos, assim como 492 prédios atacados e 2.000
veículos incendiados.
A
primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne,
disse que seriam estudadas "todas as
opções", entre elas o estado de emergência
que a direita e a extrema direita pedem, mas optou
por reforçar o número de agentes e mobilizar os
blindados.
O
presidente Macron, por sua vez, pediu
"responsabilidade" a redes sociais como
TikTok e Snapchat, a quem solicitou a remoção de
conteúdo vinculado aos protestos e a
identificação de usuários.
'Hordas
selvagens'
O
governo está sob pressão, entre a direita e a
extrema-direita, que pedem uma linha dura, e os
que querem medidas de apaziguamento.
Dois
sindicatos da polícia, entre eles o majoritário
Alliance, pediram, em um duro comunicado, o
"combate" às "hordas
selvagens" que protagonizam os distúrbios e
alertaram o governo que "vão entrar em
resistência" assim que a crise for superada.
A
oposição de esquerda condenou o comunicado, que
qualificou de "ameaça de sedição" e
de "chamado à guerra civil".
Sem
se referir ao comunicado, o ministro do Interior
pediu aos agentes para "respeitar as leis e a
deontologia" e destacou que a "minoria
de delinquentes [dos distúrbios] não representa
a imensa maioria dos moradores dos bairros
pobres".





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